Saiba mais sobre o Câncer de Pâncreas
- COP onco
- 2 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de mai. de 2024

Por Dr. Lídio Carvalho*
O Pâncreas é uma glândula localizada na parte superior do abdome, posteriormente ao estômago e cruzando anteriormente a coluna. Ele está localizado bem próximo a outros órgãos (intestino delgado, fígado e baço), além de artérias e veias importantes e possui duas funções principais: produzir insulina, hormônio que participa da regulação da glicose no sangue, e produzir enzimas que auxiliam na digestão dos alimentos.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que o Câncer de Pâncreas é responsável por 4% das mortes causadas por neoplasias malignas. Cerca de 90% dos casos são do tipo Adenocarcinoma, com localização mais comum na porção chamada cabeça pancreática (porção mais à direita do órgão).
O Adenocarcinoma de Pâncreas é um tumor agressivo, que possui grande potencial de invasão dos órgãos adjacentes e de produzir metástases. Por não apresentar sintomas específicos nos estágios mais precoces, geralmente é diagnosticado em fases mais avançadas, o que limita as opções de tratamento. Os sintomas mais comuns, são: icterícia (pele e olhos amarelados), escurecimento da urina; fezes de cor clara; dor abdominal ou lombar; sensação de má digestão; náuseas ou vômitos; excesso de fadiga não explicada por outra causa; perda do apetite; perda de peso não intencional; surgimento recente de diabetes.
Alguns fatores de risco contribuem para o desenvolvimento do Câncer de Pâncreas: tabagismo, obesidade, diabetes mellitus, pancreatite crônica, história familiar, exposição ocupacional (solventes, certos tipos de agrotóxicos, indústria petroquímica, etc).
O diagnóstico geralmente é feito através de algum exame de imagem solicitado de rotina ou para investigação de algum sintoma (ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética). Cerca de 80% dos casos apresentam elevação de um marcador tumoral chamado CA 19-9, apesar deste não ser um exame específico para Câncer de Pâncreas (pode estar alterado em outras patologias malignas ou mesmo em doenças benignas).
As propostas de tratamento são individualizadas e oferecidas essencialmente de acordo com o estadiamento (estágio do tumor) e com a condição clínica do paciente. O tratamento geralmente é multimodal, podendo envolver cirurgia, quimioterapia (QT), radioterapia (RT).
A combinação da cirurgia com QT, associada ou não à RT, é a única estratégia com potencial curativo, embora seja indicada na minoria dos casos. Quando não é possível retirar o tumor por meio de cirurgia, o tratamento com intuito paliativo pode incluir tanto estratégias para controle da doença como abordagens para manejo de sintomas e melhoria da qualidade de vida (passagem de próteses, radioterapia, cirurgia paliativa, quimioterapia, manejo da dor, terapia nutricional).
* Graduado em Medicina pela Universidade de Pernambuco (2010). Residência médica em Cirurgia Geral pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (2012-2014) e residência médica em Cancerologia Cirúrgica pela Fundação Pio XII - Hospital de Câncer de Barretos (2016-2019). Pós-graduado em Cirurgia Hepatobiliar. Atua na COP, Rede D'Or, Hospital de Câncer de Pernambuco e Hospital Barão de Lucena.